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terça-feira, 28 de julho de 2009

26 DE JULHO DE 2009 - 19h51

Petistas anunciam em SP pré-candidatura de Dilma


Agora é pra valer: a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff será apresentada pela primeira vez à militância petista como pré-candidata à sucessão presidencial de 2010. O esperado evento acontecerá no dia 8, em São Paulo, no encontro que fecha o ciclo da caravanas promovidas pela sigla no estado.


Mauá foi a penúltima cidade a receber a edição. A reunião, que ocorreu no sábado, contou com cerca de 850 pessoas. Embora Dilma não tenha ocupado cargo eletivo, os petistas do Grande ABC não pouparam elogios à escolhida de Lula. Uma de suas maiores defensoras foi a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy, que ressaltou a ousadia do partido em lançar uma candidata mulher para presidência. “E a Dilma não é qualquer mulher — ela é muito especial. Ela tem um grande trabalho a apresentar.”

O deputado federal José Genoíno engrossou o coro e convocou a militância presente a apoiar o plano de política nacional da legenda. “O PT tem de construir palanque em todos os estados para ajudar a levantar a candidatura de Dilma.” O membro da executiva estadual e candidato derrotado à Prefeitura de Rio Grande da Serra, Carlos Augusto César, o Cafú, afirmou que Marta foi a responsável por disseminar a candidatura de Dilma em quase todas as Caravanas que percorreram São Paulo neste ano.

Presentes no evento, o senador Eduardo Suplicy, o deputado estadual e líder de governo na Assembleia Rui Falcão e o presidente do diretório estadual Edinho Silva também discursaram sobre a importância de unir a sigla em torno da candidatura da ministra. Além de discutirem a situação política do partido, as caravanas propostas pelo PT apontaram diretrizes para as eleições do próximo ano, debatendo, inclusive, o virtual candidato ao governo do estado.

Enquanto a escolha para sucessão de Lula já está certa, o impasse em relação ao melhor nome para o governo do estado continua. A meta, segundo o presidente estadual Edinho Silva, é definir o plano de governo, junto com os partidos aliados. “Só daí teremos como saber qual o candidato que mais se encaixa no perfil.”

Questionada se faria uma dobradinha feminina no próximo ano, Marta Suplicy preferiu deixar a escolha a cargo do presidente Lula. “A guerra tem general — e é ele que tem de assinalar qual é a estratégia. Eu sou apenas um soldado que obedece o general.”

Fonte: Diário do Grande ABC

Reuters - 27/07/2009 18:21

Bolsa Família terá reajuste a partir de setembro

BRASÍLIA (Reuters) - Os benefícios do programa Bolsa Família terão aumento em setembro, confirmou nesta segunda-feira o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

"O reajuste do Bolsa Família é pago em setembro. Tem que ter solução no início de agosto", disse Bernardo a jornalistas.

Ele participou nesta segunda-feira da reunião semanal de coordenação que reúne o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os principais ministros do Executivo.

O reajuste anterior do Bolsa Família, de 8 por cento, foi concedido em julho de 2008. Antes, em agosto de 2007, a alta foi de 18,25 por cento e considerou a inflação acumulada entre outubro de 2003 e maio de 2007.

Criado em 2003, o principal programa de distribuição de renda do governo é pago a 11,5 milhões de famílias. Participam do programa famílias que tenham renda de até 137 reais per capita por mês. O benefício varia entre 20 e 182 reais mensais.

(Texto de Carmen Munari)

Oswaldo Aranha B. de Mello (1.043 membros)

CIDADE TIRADENTES

Desde ja sejam todos bem vindos...


- Essa comunidade é pra todos aqueles que estudam, ou já estudaram na escola Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, no Metalurgico ou que simplismente conhece a escola ou tem algum conhecido que estuda ou trabalha lá.. Participem dessa comunidade que é feita pra quem tem um carinho especial por todos que de alguma forma, tem alguma historia com essa escola.

Este Site contém informações importantes para qualquer cidadão utilizar em seu dia-dia. http://www.cidadao.sp.gov.br/

Informações sobre o Bairro diretamente do site da Prefeitura:
(mapas, telecentro, execução orçamentária, plano regional, boletim e notícias)
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spct

Unidades Básicas de Saúde (Postos de Saúde) do bairro
http://nev.incubadora.fapesp.br/portal/saude/ubs/cidadetiradentes

Previsão do tempo www.cgesp.com.br

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Informação
Mensagem inserida com sucesso. Protocolo: 2213101879095.

Fale Conosco


Comunicamos o recebimento de sua mensagem, protocolada sob o número 2213101879095.


Dados Pessoais
Nome: nilton sousa dos reis
E-mail: i_errada@hotmail.com
Mensagem
Assunto: Deputados
Ação: Reclamar
Data de Cadastramento: 23/07/2009 09:17
Mensagem:
paulo texeira o dinheiro q vc enviou para a oss-santa marcelina deveria ser discutido com o controle social para que o mesmo estivesse acesso de que forma essa verba seria gasta e se foi gasta com a finalidade destinada pois nós aqui em cidade tiradentes-sp temos dificuldades em que a oss-santa marcelina faça a prestação de contas e há tambem a resistencia da mesma em formar o conselho gestor no hospital carmen prudente(HMCT)abraços nilton cidade tiradentes-sp

Câmara dos Deputados
Palácio do Congresso Nacional - Praça dos Três Poderes
70160-900 - Brasília - DF
Disque Câmara - 0800 619 619 - Telefone: (61) 3216-0000
Estudo faz mapeamento sociocultural da zona sul de São Paulo

Um levantamento realizado pelo Instituto Pólis na zona sul de São Paulo, a pedido do Sesc, pesquisou e localizou cerca de 250 projetos, grupos, artistas relevantes da região. O projeto, que foi apresentado neste mês, busca estimular o diálogo entre os diversos grupos artísticos e da sociedade civil organizada que atuam na região para que, depois, possam ser promovidas articulações em rede entre eles.

O mapeamento, que está na fase final de apuração, vai resultar em um mapa interativo na internet, que deve ser lançado no final de agosto. Depois disso, uma publicação será lançada no final do ano, para sistematizar todas as informações coletadas e tratadas durante a pesquisa.

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Diplô: Invasão da PM na USP protege política privatista de ensino superior

Em artigo publicado na edição de julho do Le Monde Diplomatique Brasil, o professor da USP e ex-presidente da Adusp (sindicato dos professores da universidade) Otaviano Helene explica outros significados políticos por trás da ação policial que aconteceu no dia 9 de junho na USP.

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Agenda

Cineclube Pólis exibe documentário sobre Paraguai contemporâneo

O documentário televisivo "Os Paraguaios", dirigido por Marcelo Martinessi será exibido nesta sexta-feira, dia 24 de julho às 19h, no Instituto Pólis. A entrada é gratuita.

O filme faz uma viagem audiovisual de quase uma hora entre a nação Guarani e o Paraguai contemporâneo. Historiadores, antropólogos, escritores e artistas refletem sobre a formação da identidade nacional, e um grupo de paraguaios conta, por meio de seu cotidiano, suas opiniões e vivências, revelando a identidade de um país cuja realidade, cheia de contrastes, não deixa de surpreender.

Confira o trailer do filme no blog do Cineclube Pólis

Data: sexta-feira, dia 24 de julho às 19h
Endereço: rua Araújo, 124, República (esquina com a rua General Jardim, próximo ao metro República) - ver no mapa


Seminário discute relação entre movimentos sociais e segurança pública

O seminário temático "Movimentos Sociais e Segurança Pública: a construção de um campo de direitos" discute os diversos aspectos das relações entre políticas de segurança e participação popular. O evento acontece nos dias 28 e 29 de julho, em São Paulo, no auditório do Instituto Pólis.

As inscrições de interessados em participar do seminário estão abertas até sexta-feira (24). As discussões fazem parte das atividades da 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública.

A ação é realizada pelo Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito), FES (Fundação Friedrich Ebert), o Ministério da Justiça e o Pnud (Programa Nacional das Nações Unidas para o Desenvolvimento). O Instituto Pólis e a Abong (Associação Brasileira de ONGs) também apoiam o seminário.

Para se inscrever, é preciso enviar a ficha de inscrição
para o e-mail secretaria@ilanud.org.br até dia 24 de julho.

Data: 28 e 29 de julho
Local: rua Araújo, 124, República, São Paulo - Instituto Pólis
Informações: (11) 3259-0068 ou nos sites do Ilanud e da Fundação Friedrich Ebert


Encontro de Artistas da Cidade Tiradentes

A primeira edição do evento acontece sábado, 1º de agosto, na Estação Juventude. A iniciativa vai reunir artistas e obras de vários segmentos, como música, teatro, audiovisual, teatro, artes plásticas e dança.

Os interessados em mostrar o próprio trabalho também podem inscrevê-lo e exibi-lo no encontro, que é promovido pelo Instituto Pólis, pela Associação Internacional de Educação Dramática e pela Rede Mundial de Artistas em Aliança.


Data: sábado, 1º de agosto de 2009, das 9h às 18h
Endereço: rua Pedro Iovine, 161, Cidade Tiradentes, São Paulo
Inscrições: tel. (11) 2174-6840, (11) 2285-7739


Fórum Mundial de Educação debate ensino profissionalizante e tecnológico

Estão abertas as inscrições para participar da edição temática do fórum de educação. O evento, que acontece em novembro, em Brasília, vai discutir as questões que envolvem o ensino profissional e tecnológico. Cerca de 40 especialistas foram convidados para compor os painéis de debate. As inscrições podem ser feitas pelo site do evento.


Data: de 23 a 27 de novembro
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães - Setor de Divulgação Cultural, Eixo Monumental, Brasília

terça-feira, 21 de julho de 2009



Ycon - Formação Continuada
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CURSOS YCON
SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO

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GERENCIAMENTO DE OBRAS (SP)
28 e 29 de agosto

OBJETIVO:
Este curso tem por objetivo divulgar uma metodologia de aplicação prática para ser utilizada no gerenciamento de obras. Esta metodologia inclui todos os procedimentos e instrumentos necessários para garantir que a obra seja executada na qualidade requerida pelo projeto, dentro do orçamento, no prazo contratual e com segurança.

A metodologia aplica-se a obras de construção civil, montagem eletro-mecânica, ou instalações de diversos tipos, ou obras de manutenção, de pequeno, médio ou grande portes, tanto do setor público quanto do setor privado.

Pode ser utilizada pelo profissional atuando nas seguintes condições:
1. Como profissional executante da obra: como gerente de obra atuando como autônomo, ou através de uma firma construtora, montadora, ou instaladora. Ou ainda executando a sua própria obra.

2. Como profissional gerente de obra pelo contratante (proprietário) da obra: É o profissional necessário quando o contratante (proprietário) da obra, uma entidade pública ou privada, que irá contratar uma firma construtora, montadora ou instaladora para executar a obra, e precisará gerenciar a obra para garantir que a firma contratada cumpra o contrato.
Neste caso o profissional poderá ser: funcionário do contratante (proprietário), ou contratado como autônomo, ou ainda contratado através do seu escritório de arquitetura ou engenharia.

Para a divulgação da metodologia através deste curso, o qual vem sendo ministrado desde 1994, preparamos uma forma didática-pedagógica de apresentar, de fácil entendimento, para possibilitar aos profissionais sua utilização em todos os tipos de obras.

Mais Informações _______________________________________________________________________________________________

ORÇAMENTO DE OBRAS (SP)
14 e 25 de agosto de 2009

OBJETIVOS:
O objetivo do curso ORÇAMENTO DE OBRAS consiste em desenvolver as técnicas de elaboração de estimativas detalhadas de custos e do processo de orçamentação de obras de construção civil praticadas pelos participantes.

São apresentadas as técnicas de orçamento tradicionalmente aplicadas nas empresas de construção, enriquecidas com sugestões para a obtenção de maior precisão e rapidez.

Independentemente de haver um planejamento detalhado ou um bom gerente para monitorar e controlar o andamento da obra, quase sempre é necessário elaborar ou ajustar um orçamento para propor, contratar e medir os serviços de construção executados.

Mais informações _______________________________________________________________________________________________.

PLANEJAMENTO DE OBRAS (SP)
25 e 26 de setembro de 2009

OBJETIVO:
O objetivo do curso consiste em desenvolver a técnica de planejamento dos serviços a serem executados no canteiro-de-obra, de forma a aumentar as chances de atingir as metas de custo e prazo preestabelecidas.

Visa ajudar na elaboração de um plano detalhado sobre a alocação de materiais, equipamentos e mão-de-obra, que leve em consideração as exigências do contratante e as limitações técnicas, administrativas e financeiras do construtor, e que gere como resultado um aumento na lucratividade e na garantia de execução da obra.

Independentemente de haver um orçamento pronto ou um bom gerente para monitorar e controlar o andamento da obra, quase sempre é necessário elaborar um plano detalhado para que se gaste somente o orçado e se consuma apenas o tempo disponível.
Mais informações
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GERENCIAMENTO DE OBRAS (RJ)
23 e 24 de outubro
Mais informações
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ORÇAMENTO DE OBRAS (RJ)
07 e 08 de agosto
Mais informações
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PLANEJAMENTO DE OBRAS (RJ)
27 e 28 de novembro
Mais informações
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VIABILIDADE DE INCORPORAÇÕES (RJ)
31/07 e 01/08
Mais informações
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Eles vieram para ficar
Aloizio Mercadante

"A pobreza é a pior forma de violência." (Gandhi)

Durante muito tempo eles foram esquecidos pelas políticas públicas. Quase invisíveis, sua existência praticamente só era lembrada na esteira dos debates sobre a violência urbana. Dizia-se que eles teriam de esperar, que era necessário fazer crescer o bolo para depois reparti-lo.

Vítimas de gigantesco apartheid social, eles eram vistos como um grande problema, não como parte necessária da solução para um Brasil justo e próspero. Eram não cidadãos que ainda não tinham chegado, de fato, ao nosso país.

Entretanto, nos últimos anos eles têm chegado e mudado a cara feia da desigualdade brasileira.

Graças ao ProUni, que já distribuiu centenas de milhares de bolsas de estudo, eles estão chegando, com bom aproveitamento, ao ensino universitário, ampliando as suas oportunidades no mercado de trabalho.

O Luz Para Todos já conectou mais de 2 milhões de residências à rede elétrica e ao século 20. Muitos já estão se conectando também ao século 21, graças aos incentivos para a compra de computadores e ao programa de implantação de banda larga nas escolas públicas. É estratégica a sua chegada à sociedade de consumo e ao mercado de trabalho.

O Bolsa Família, erroneamente criticado como eleitoreiro por aqueles que sempre encararam o nosso apartheid social como algo a ser corrigido automaticamente pelo crescimento econômico, já atende a mais de 11,3 milhões de famílias, contribuindo para tirar milhões da miséria e, por meio da manutenção das crianças na escola, aumentar as oportunidades econômicas e sociais das novas gerações de brasileiros.

Além disso, o salário mínimo, que já vinha se recuperando, aumentou seu poder real de compra em 45% entre maio de 2003 e janeiro de 2009, beneficiando 42 milhões de pessoas.

Essas políticas sociais, somadas à grande expansão do crédito popular e à geração de cerca de mais 8 milhões de empregos formais, foram decisivas para que o PIB per capita crescesse 20%, e a massa salarial, 17% nos últimos seis anos.

O resultado mais significativo, no entanto, foi a redução da pobreza e a incorporação de milhões de brasileiros ao mercado de consumo. Cerca de 17 milhões de pessoas deixaram a pobreza e passaram a ser participantes ativos da construção do país.

E a renda dos 50% mais pobres cresceu num ritmo chinês: 32%, duas vezes mais do que o aumento da renda dos 10% mais ricos, o que fez diminuir, pela primeira vez em muito tempo, a concentração dos rendimentos no Brasil.

Assim, o desenvolvimento brasileiro recente, ao contrário do de outros períodos históricos de crescimento, foi inclusivo e criador de cidadania.

Crescemos repartindo renda e criando oportunidades para muitos.Dessa vez, o bolo cresceu sendo distribuído.

Mais do que isso: a redução da pobreza e a distribuição de renda foram funcionais ao crescimento econômico.

Com efeito, embora a boa conjuntura da economia internacional tenha dado contribuição relevante ao crescimento, o fortalecimento do mercado interno jogou papel significativo em sua consolidação.

Mas, se o fortalecimento do mercado interno foi importante para a consolidação do desenvolvimento recente, na crise ele será decisivo para manter um patamar mínimo de dinamismo econômico.

Dados da OMC (Organização Mundial do Comércio) já mostram uma queda de 31% no comércio internacional no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Estados Unidos, União Europeia e Japão, as principais economias desenvolvidas, vêm sendo profundamente afetados pela crise e enfrentarão penosa e lenta retomada, pois assumiram pesados déficits públicos para amenizar a recessão.

Portanto, o Brasil não poderá contar tão cedo com novos estímulos externos ao seu desenvolvimento, mesmo sendo grande produtor de commodities agrícolas -cujos preços não foram muito afetados pela crise- e futuro exportador de derivados de petróleo.

Nos próximos anos, nosso desenvolvimento terá de escorar-se, essencialmente, no mercado interno. Assim, é vital manter as políticas de redução da pobreza.

Felizmente, mesmo a recessão mundial não parece afetar essa tendência recente. Conforme o IBGE, entre outubro de 2008 e abril deste ano, já em plena crise, 316 mil pessoas saíram da pobreza nas grandes cidades brasileiras.

Um dado fantástico. Um dado que mostra que eles não apenas estão chegando, mas que vieram para ficar. Ficar num Brasil bem mais sólido, próspero e justo. Um país crescentemente livre da principal forma de violência.

Aloizio Mercadante Oliva, economista, professor licenciado da PUC-SP e da Unicamp, é senador da República pelo PT-SP.
Texto originalmente publicado na coluna Tendências/Debates do jornal Folha de S. Paulo, edição de 20/07/2009


Segunda-feira, 20 de julho de 2009
Conferência evidencia a falência das políticas de segurança em São Paulo

O eixo do debate deve ser a criação de um Sistema Único de Segurança Pública

Os debates promovidos durante a abertura da Conferência Livre de Segurança Pública, realizada na manhã de ontem (16), demonstram a falência do modelo de segurança adotado pelo governo do Estado de São Paulo. A Conferência foi organizada pelo Diretório Estadual do PT, CUT-SP e Bancada do PT-SP, na Quadra dos Bancários de São Paulo.

Segundo os dados da execução orçamentária de 2008, levantados pela Bancada Estadual do PT, o governo paulista deixou de gastar R$ 580 milhões destinados à pasta de Segurança. Em relação à área de inteligência da polícia civil, o governo deixou de investir cerca de 40% do total, ou seja, R$ 77 milhões. Outros R$ 20 milhões não foram utilizados para a área de formação e capacitação da polícia civil.

Enquanto isso, os casos de latrocínio (roubo seguido de morte), aumentaram 36,23% no Estado e 80% na capital no primeiro trimestre de 2009 em comparação com igual período de 2008. “O que vimos no ano passado, a polícia militar civil e a polícia militar se enfrentando em praça pública é a demonstração mais evidente da falência dessa política adotada. É a demonstração de que esse modelo chegou ao limite”, disse o presidente do PT estadual, Edinho Silva.

A ofensiva do PCC (Primeiro Comando da Capital) também foi destacada pelo dirigente que ressaltou a vulnerabilidade que os trabalhadores da área de segurança foram colocados. “O Estado de São Paulo hoje é o grande exemplo que esse modelo de segurança pública está falido e não responde às necessidades da sociedade”, completou.

Envolvimento da sociedade: Para ele, a segurança pública deve ser o debate central da sociedade. Entretanto, o envolvimento ainda é tímido, já que se trata de um tema novo. Isso porque, a segurança sempre foi vinculada ao aparato repressivo, como se não fosse uma prestação de serviços.

“É preciso formular o papel que o Estado tem que cumprir na segurança pública e qual modelo queremos construir. Estamos dando os primeiros passos nessa organização e devemos enfrentar muitos desafios. Nós do PT, CUT, movimentos sociais temos que enfrentar essa repulsa que se criou em torno desse debate. Segurança tem que ter o controle social, tem que haver participação, instrumentos e mecanismos de controle”, comentou.

Sistema Único: Edinho argumentou que o PT pode ter como proposta a concepção de um sistema único de Segurança Pública, já que hoje cada governo conduz e organiza o setor de uma forma. “O eixo que deve conduzir esse debate é a construção de um modelo único de prestação de serviço na área de segurança e aí entra o debate da guarda municipal, se ela deve ser armada, se ela deve ser cidadã, qual seu papel, como ela entra no modelo de prestação de serviço na área de segurança”, exemplificou.

Ele também ressaltou a importância de debater as medidas alternativas, a política de ressocialização, prevenção por meio de programas culturais e educacionais para a juventude vulnerável ao mundo do crime, investimentos na infraestrutura de setores carentes entre outros. “É preciso parar de discutir somente a expansão das unidades prisionais no estado”.

No último período, o Governo Serra anunciou a construção de 49 unidades prisionais no estado, de uma forma impositiva, sem qualquer debate com a sociedade e governos municipais.

Direito: A segurança é um direito fundamental dos cidadãos, destacou o deputado estadual, Vanderlei Siraque. Ele defendeu que a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública seja um espaço para dar início ao debate de criação de uma Lei Orgânica do Setor, assim como existe a Lei Orgânica de Saúde, Assistência Social, entre outras. "Precisamos chegar num consenso do que seja a segurança pública. Definir qual é essa política que queremos”. Ele ainda defendeu mais autonomia aos municípios, investimentos na prevenção com políticas transversais, em tecnologia e controle social.

O representante do Ministério da Justiça, Mateus Utzig, enalteceu as mais de 50 Conferências organizadas pelo Governo Lula como um processo democrático. “Nessa 1ª Conferência de Segurança Pública, a grande meta, mais do que conseguir avançar nas pautas atuais, é conseguir espaço de participação popular até para garantirmos a realização das próximas. A estratégia é a apropriação popular dessa política”.

Ele também falou sobre o Pronasci (Programa Nacional de Segurança com Cidadania), lançado pelo governo federal, uma iniciativa inédita no enfrentamento à criminalidade no país. O projeto articula políticas de segurança com ações sociais, prioriza a prevenção e busca atingir as causas que levam à violência sem abrir mão das estratégias de ordenamento social e segurança pública. Serão investidos até 2012, mais de R$ 6 bilhões pelo Pronasci.

Valorização: Carlos Ramiro de Castro, vice-presidente da CUT destacou a falta de valorização do profissional e as condições de trabalho precárias na área de segurança. “A infraestrutrura não é adequada à realidade que temos”, comentou. Ele reforçou a necessidade de investimento em políticas de prevenção. “Políticas públicas, não só de educação, mas saúde, cultura, entre outras seriam importantes para que pudéssemos mudar a história da nossa sociedade cada vez mais violenta. Essa Conferência é de grande importância, pois garante a nossa participação para que não deixemos que somente o governo determine o modelo de prestação de serviço. É um debate que tem que ser construído com a sociedade”, comentou.

Já Luis Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários, falou sobre o desmonte do aparelho de estado nas três principais políticas públicas: saúde, educação e segurança pública. “E o governo não tem a preocupação de abrir o debate”, comentou. Para ele, a Conferência é importante para que os movimentos sociais e sindicais retomem suas bandeiras para um Estado forte. O secretário de Comunicação da CUT-SP, Daniel Reis, destacou a questão do papel da segurança privada na sociedade. “Cada vez mais as pessoas utilizam disso para a falsa sensação de segurança”.

Gilson Meneses, presidente do Conselho Nacional das Guardas do Brasil e comandante da Guarda Municipal de Osasco ressaltou a importância da Conferência. “Essa é nossa grande oportunidade de poder mudar um pouco essa história estabelecida no país há muito tempo. De mudar esse aspecto negativo e mazelas proporcionadas por um sistema ineficaz. Podemos dialogar a esse respeito, trazer para a sociedade brasileira essa discussão”.

Já Morgana Eneile, Secretária de Cultura do PT Nacional ressaltou a proximidade dos temas segurança pública e cultura. “Pensar na cultura como antídoto. Como uma postura da não violência”, sugeriu. Ela falou sobre os grandes conflitos étnicos, de classe, religiosos entre que tem como base causas culturais.

Conferência Livre: De acordo com o Secretário de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT Estadual, Márcio Cruz, “a Conferência Livre está incluída no calendário oficial do Ministério da Justiça, portanto os debates e conclusões serão materializados em relatório e contarão entre os resultados temáticos para a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública”.
Sexta-feira, 17 de julho de 2009

Prefeitura gasta 35% a menos em novos projetos do que no 1º semestre de 2008, ano eleitoral

Apesar de estar abaixo do que a prefeitura projetou, arrecadação em 2009 é superior àquela obtida no 1º semestre do ano passado

CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) pôs o pé no freio nos investimentos em São Paulo. No primeiro semestre deste ano, o poder público municipal gastou quase 35% a menos do que no mesmo período de 2008, quando Kassab se preparava para disputar a reeleição.

Foram liberados R$ 590 milhões a menos, valor suficiente para criar mais de 94 mil vagas em creches construídas pela própria administração. A cidade tem um déficit de cerca de 80 mil vagas. Uma das principais promessas da campanha à reeleição do prefeito foi zerá-lo ao fim do segundo mandato.

A redução dos investimentos já vinha sendo anunciada desde o início do ano pela equipe de Kassab, sob o argumento de que é preciso ter cautela por causa da crise econômica.

Os cofres da prefeitura não têm recebido a verba projetada no Orçamento. Mas não estão mais vazios do que em 2008.

No primeiro semestre do ano passado a gestão Kassab teve receita de R$ 10,9 bilhões. Neste primeiro semestre o valor foi de R$ 11,5 bilhões. Mesmo descontada a inflação, a cidade conta com mais recursos agora do que contava há um ano.

Os opositores de Kassab, liderados pelo PT, afirmam que o prefeito “inflou” as projeções de arrecadação no Orçamento de 2009, enviado à Câmara Municipal durante o período eleitoral do ano passado, para aumentar sua lista de promessas de campanha e sinalizar que teria verba para cumpri-las.

Os congelamentos que vêm fazendo no Orçamento -mais R$ 800 milhões foram barrados na terça passada-, são sobre verbas virtuais, que ainda não foram arrecadadas. No caso de a economia se recuperar, os cortes podem ser revertidos.

Na campanha, Kassab enviou um Orçamento de R$ 29,4 bilhões para a Câmara. Depois, com a crise econômica às portas do Brasil, orientou os vereadores governistas a aprovarem um valor menor, de R$ 27,5 bilhões. Agora, com os congelamentos, a equipe do prefeito projeta uma arrecadação de apenas R$ 21,2 bilhões, pouco superior à do ano passado.

Em nota enviada à Folha, a Secretaria de Planejamento, responsável pelo Orçamento, diz que as acusações dos opositores são “firulas”: “Quando administrou a cidade, o PT deixou os cofres da prefeitura vazios, dívidas de mais de R$ 3 bilhões e uma fila imensa de credores nas portas da prefeitura”.

A ex-prefeita petista Marta Suplicy (2001-2004) nega ter deixado dívidas nesse valor.

A Secretaria do Planejamento justificou a queda de investimentos da seguinte forma: “O menor nível de gastos significa que esta administração está sendo responsável com as contas da prefeitura em uma época de queda de receita em relação à arrecadação prevista”.

A pasta não comentou o fato de a receita de 2009, apesar de estar abaixo do projetado, ser superior à do mesmo período no ano passado. A prefeitura mantém hoje quase R$ 4 bilhões aplicados em bancos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

noticias do instituto polis

Le Monde Diplomatique Brasil: Crise aponta ao Brasil novos modelos de desenvolvimento, diz Ignacy Sachs
A crise econômica mundial revela modelos falidos de desenvolvimento, mas também, ao mesmo tempo, aponta saídas para o mundo. Na opinião do economista teórico do "ecodesenvolvimento" e diretor do Centro de Pesquisas do Brasil Contemporâneo na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, Ignacy Sachs, o Brasil precisa tomar a dianteira deste processo. Em artigo publicado no "Diplomatique", ele defende que o país deveria expandir redes de proteção social, ampliar o espaço da economia solidária dentro da economia de mercado e adotar uma matriz energética mais limpa.

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Estudo revela mecanismos de expansão das periferias de cidades

Uma pesquisa desenvolvida pelos urbanistas Paula Santoro, do Instituto Pólis, e Nabil Bonduki, professor da FAU-USP concluiu que a valorização do uso do solo que vai para o bolso dos empreendedores/proprietários é maior nos loteamentos irregulares, uma vez que os custos de implantação de infra-estrutura são repassados ao poder público. A investigação acadêmica apontou, ainda, que a abertura desses loteamentos está intimamente relacionada aos poderes políticos, que muitas vezes são parte pessoalmente interessadas na expansão das cidades. O artigo foi divulgado no último encontro nacional da Anpur (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional), no fim de maio, em Florianópolis.

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Artigo: Modelos de Gestão no Setor Público e Intervenção Política

O professor Agnaldo dos Santos, pesquisador do Observatório dos Direitos do Cidadão do Instituto Pólis, descreve de maneira clara e didática os diferentes modelos de gestão adotados no país. Santos convida o leitor para reflexões sobre o futuro da gestão pública em vista das tensões e correntes que a influenciam hoje, a partir da recuperação histórica do tema, desde o modelo patrimonialista, durante o período imperial, passando pelo modelo burocrático, a partir do fim do século XIX, até chegar às tendências neoliberais de gestão, que começaram a ganhar força no fim do século XX.

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Rápidas

Oficina da Escola da Cidadania analisa PPA para Assistência Social

Encontro realizado no dia 14 de julho, no Instituto Pólis, analisou a política da pasta de Assistência Social proposta no plano de metas da cidade de São Paulo e debateu as ações prioritárias para o PPA (Plano Plurianual) 2010-2013.
A oficina foi resultado do curso "Como o PPA interfere nas Políticas Públicas", realizado em abril e maio, e contou com a participação de membros do fórum Municipal de Assistência Social.

Seminário discute papel dos espaços de participação e do poder público

O seminário "Educação Popular, Formação Política e Incidência em Políticas Públicas" aconteceu no dia 1º de julho e contou com a participação de líderes de movimentos sociais de entidades educacionais, sindicais e de moradia. O evento concluiu o ciclo de seminários promovidos pela Rede de Educação Popular de São Paulo, integrada pelo Instituto Pólis, que sediou o seminário.

Centro de Estudos da Metrópole lança mapoteca na internet

Página fornece imagens cartográficas, elaboradas a partir de bases IBGE, de diferentes recortes territoriais do Brasil para ilustrar dissertações, teses, trabalhos de final de curso, apresentações, artigos, etc. O destaque da mapoteca é a inclusão dos resultados da Contagem 2007 e da Estimativa 2007 (IBGE), além da taxa de crescimento da população entre 2000 e 2007.




Agenda


Incubadora de cooperativas da USP dá curso de economia solidária

A ITCP-USP (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP) abriu inscrições para o curso de Introdução à Economia Solidária, que acontece em dois fins de semana de agosto. São 30 vagas. Os interessados devem preencher a ficha de pré-incrição até dia 31 de julho, no site da entidade.

Data: 15 e 16, 22 e 23 de agosto, das 9h às 18h
Informações: (11) 3091-4400

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Escola da Cidadania realiza seminário sobre movimentos sociais e crise

O seminário Horizontes e Dilemas dos Movimentos Sociais no Cenário de Crise é uma das atividades do eixo de formação de lideranças, realizado pela Escola da Cidadania. As inscrições abrem a partir do dia 20 de julho. O objetivo é refletir sobre o sentido nos movimentos hoje, suas apostas e perspectivas, as relalções com o Estado e os partidos políticos, em um contexto de crise. São 80 vagas.

Data: 20 de agosto, 9h às 18h (sujeito a alterações)
Inscrições: tel. (11) 2174-6805 ou pelo e-mail escoladacidadania@polis.org.br (informe o nome completo, entidade e telefone




Pólis na mídia

Tribunal de Justiça de SP restabelece audiências sobre Plano Diretor
Corte concede efeito suspensivo sobre a decisão do juiz da 10ª Vara da Fazenda, que havia acatado ação cautelar movida pelo Instituto Pólis e pelo Movimento Defenda São Paulo, que sustentava que a atual revisão do Plano Diretor Estratégico exacerbava suas atribuições legais.

G1 - São Paulo - 16/07/2009

O Estado de São Paulo - Cidades - 17/07/2009



Justiça suspende revisão do novo Plano Diretor
A Justiça concedeu, no dia 29 de junho, uma liminar que suspende as audiências do novo Plano Diretor e impede que o projeto preveja mudanças na legislação que regula o uso e ocupação do solo. A ação foi movida pelo Instituto Pólis e Movimento Defenda São Paulo.

Folha de São Paulo - Cotidiano - 30/06/2009

Estado de São Paulo - Cidades - 30/06/2009

Brasil de Fato - Nacional - 02/07/2009


Justiça mantém a suspensão do Plano Diretor
Juiz da 10ª Vara da Fazenda também interpretou que a Prefeitura de São Paulo excede suas prerrogativas ao tentar revogar artigos do atual plano.

Estado de São Paulo - Cidades - 15/07/2009



Para urbanistas, projeto para cracolândia é bom, mas falta estrutura
O plano da Prefeitura de São Paulo de transforma a região da "cracolândia" no distrito pais densamente povoado de São Paulo é visto com ressalvas pelos urbanistas ouvidos pela reportagem. Para Kazou Nakano, arquiteto e urbanista do Istituto Pólis,

Folha de São Paulo - Cotidiano - 03/07/2009 (só para assinantes)


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A invasão dos viciados em crack
Em debate mediado por Monica Walvogel, arquiteto e urbanista do Instituto Pólis debate com o secretário da Coordenação de Subprefeituras, Andrea Matarazzo, as principais questões sobre os dependentes químicos da região da "cracolândia", região degradada do centro da cidade de São Paulo onde há o consumo de crack.
Segundo Nakano, é um erro considerar aquela região como "um vazio sociopolítico e econômico" e pensar apenas em uma reocupação. "Existe uma série de conteúdos urbanísticos, econômicos e sociais que tem que ser considerados junto com o plano urbanístico", afirma. Para ele, o problema não pode ser resolvido de maneira separada, excluindo do debate a população do centro.

Globonews - Entre Aspas - 09/07/2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

Revista do Brasil - Edição 36

Política

A crise como oportunidade

Enquanto oposição e pretendentes à sucessão de Lula torcem pela queda de sua popularidade, o governo radicaliza, protege a economia com distribuição de renda e se fortalece

Por: Bernardo Kucinski

Publicado em 05/06/2009

A crise como oportunidade

Acertos do governo nas áreas social e econômica deixam oposição sem discurso, restrita a atrapalhar no que puder via CPIs (Fotos: ABr)

O cavalo-de-pau dado pelos bancos americanos e europeus nas finanças mundiais pegou a economia brasileira no exato momento em que se preparava para um salto de qualidade que a levaria a um novo milagre econômico, desta vez com distribuição de renda e sem ditadura. O governo respondeu atacando pela primeira vez o cerne do poder financeiro: a extorsiva taxa básica de juros.]

Em setembro do ano passado, quando a crise dos bancos explodiu, a economia brasileira estava crescendo a uma taxa anual da ordem de 6,8%. Os investimentos em novas máquinas, galpões e infraestrutura haviam chegado a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), uma taxa só comparável à dos primórdios do milagre econômico. Em todo o país empresas planejavam a expansão, depois de quatro anos de crescimento médio acima de quase 5%.

Os primeiros efeitos da crise entre nós foram a disparada do dólar e o corte súbito dos empréstimos bancários. O dólar foi de R$ 1,70 em setembro para R$ 1,90 em outubro e terminou o ano perto de R$ 2,40 porque os especuladores correram para a moeda como refúgio. Empresas que deviam aos bancos com aquela maldita cláusula que multiplicava os custos do empréstimo exponencialmente a partir do dólar a R$ 1,80 começaram a anunciar prejuízos milionários.

Os financiamentos de fora, que representavam cerca de 10% do total, secaram de um dia para o outro com o colapso do Lehman Brothers. Os de dentro secaram porque os bancos ficaram sem saber que outras empresas também estavam quebradas, além das que admitiram as perdas publicamente. ]

O governo diagnosticou corretamente que era preciso, antes de tudo, estancar a disparada do dólar e restabelecer a confiança no sistema bancário. Para segurar o dólar, o Banco Central sacou das reservas internacionais e entrou vendendo a moeda americana. Anunciou a ampliação da garantia de depósitos e aplicações para até R$ 20 milhões para instituições menores em dificuldades de liquidez, visando desarmar qualquer risco de uma corrida aos pequenos bancos, os mais vulneráveis ao fim dos financiamentos externos. Também reduziu para esses bancos o chamado compulsório – que é o volume de depósitos dos clientes que os bancos têm de recolher ao Banco Central e não podem ser usados para empréstimos.

Tudo isso foi feito sem alarde, enquanto a maioria dos jornalistas “especializados” fazia exatamente o contrário, alimentando o pânico e uma visão pessimista do futuro. Marcos Nobre, que não é jornalista (é professor do Departamento de Filosofia da Unicamp), escreveu em sua coluna na página 2 da Folha de S.Paulo que Lula foi rápido, eficiente e focado: “Rompeu pela primeira vez o terrorismo econômico que se instalou desde a globalização econômica da era FHC”. Nobre lembrou ainda a importância das políticas de valorização do salário mínimo e sua extensão aos benefícios da Previdência, robustecendo o mercado interno, que acabou sendo a plataforma de recuperação. Tudo aquilo que os tucanos, demos e seus seguidores na imprensa criticavam como errado é o que está nos ajudando nesta crise.

Reação radicalizada

Mesmo com a reação vigorosa e correta do governo, a maioria das empresas teve de cancelar, reduzir ou adiar investimentos. Além da asfixia da falta de crédito, contratos de exportação foram subitamente suspensos. Como eram os investimentos que naquele momento puxavam o crescimento da economia, deu-se uma queda dramática na produção industrial e na taxa de expansão do PIB. Um coice muito pior que o dado por Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, no primeiro ano do governo Lula.

Daquela vez o PIB ainda cresceu mísero 1,3%. Agora houve queda de 3,6% no último trimestre de 2009 em relação ao trimestre anterior. E a produção da indústria despencou 25% – número impressionante, como se indústrias inteiras tivessem parado de produzir.

Lula então radicalizou. Fez da crise uma oportunidade para deflagrar mudanças estruturais há muito desejadas pelos setores mais esclarecidos da sociedade, mas até então levadas em marcha lenta. Era a hora de tentar quebrar o domínio do capital financeiro e do mito por ele alimentado há décadas, de que no Brasil não pode haver taxa básica de juros abaixo dos 10%.

Os bancos privados continuavam a não emprestar? Que entrem em cena os grandes bancos estatais. Mais uma vez se mostrou a importância de terem sido estancadas as privatizações promovidas pelo tucanato no setor bancário. Graças ao Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica Federal e BNDES, o governo contra-atacou oferecendo crédito que os bancos privados negavam.

Não houve hesitação. O BNDES já tinha atingido o limite de empréstimos em relação ao seu capital? Pois aumente-se o capital do BNDES. O presidente do Banco do Brasil não entendeu o caráter excepcional da situação e continuou se comportando de modo burocrático? Pois troque-se o presidente do Banco do Brasil.

Mas o gesto mais importante foi o ultimato dado a Meirelles para que forçasse um corte nos juros da taxa básica, a Selic, que o governo paga pelos títulos de sua dívida. Os neoliberais que ainda controlam o Banco Central haviam cometido o desatino de elevar mais esses juros em plena crise, de 13% para 13,75%, sob o falso pretexto de que a inflação ainda era um perigo, quando a mãe de todos os perigos já era a recessão que em todo o mundo ocidental se espalhava como uma pandemia. Enquanto bancos centrais cortavam os juros radicalmente para tentar tirar a economia do atoleiro, aqui, nossos neoliberais faziam o contrário. Apenas a partir de janeiro, em um reconhecimento explícito do erro, começaram as sucessivas quedas nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom); foram cortados 3,5 pontos e a Selic chegou a 10,25%.

Menos impostos

A derrubada da taxa básica não ajudou muito a abrir as torneiras do crédito privado, mas a economia com o pagamento de juros da dívida pública interna permitiu reduzir impostos e expandir a rede de proteção social sem aumentar o déficit federal. É uma transferência de renda dos mais ricos para os mais pobres. Dos que vivem de renda para o mercado interno de consumo.

O primeiro a ser reduzido foi o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos carros. Medida importante dado o peso dessa indústria na economia, embora capenga do ponto de vista da necessidade de transformar nosso padrão de consumo. Teria sido melhor associá-la à introdução do carro elétrico, que já é uma realidade em muitos países, a modelos menores e menos poluentes e ao transporte coletivo. As falências da GM e da Chrysler nos Estados Unidos mostram que se esgotou o modo de produção de carros baseado no lançamento de novos e caros modelos todo ano.

Curiosamente, essa medida de Lula a imprensa não criticou, tal é a força da indústria automobilística entre anunciantes e, indiretamente, entre os jornais. Com as megafusões de cervejarias, bancos, telefônicas, entre outras, acabou a guerra de propaganda em alguns setores, o que, somado a novas limitações nos anúncios de bebidas e cigarros, tornou os comerciais de carros vitais à sobrevivência dos jornais.
Depois o governo cortou impostos em mais uma dúzia de itens importantes, incluindo eletrodomésticos, materiais de construção e motos. Em alguns casos, o IPI foi zerado. Lula também ordenou à Petrobras que aumentasse seus investimentos. A Petrobras é tão relevante na economia brasileira que seus recursos em infraestrutura são da mesma ordem da soma de todos os demais investimentos do mesmo tipo do governo federal. O que fazem os tucanos e os demos? Pedem uma CPI da Petrobras.

Outra frente em que Lula radicalizou foi na busca da unidade dos governos sul-americanos. Principalmente para desarmar as tentativas de guerra comercial que sempre acontecem em momentos de desespero econômico. Primeiro, mandou que fosse elevado o limite dos convênios de créditos recíprocos. Esse é um mecanismo pelo qual os BCs acertam entre si, apenas de tempos em tempos, o saldo das transações das empresas de cada país, não sendo preciso acertar cada uma das transações. Desse modo, é possível continuar o intercâmbio comercial, mesmo na falta de financiamentos ou de reservas de moeda forte. Além disso, o BNDES abriu uma linha de crédito especial para empresas argentinas. E mais: o Brasil criou um fundo de R$ 10 bilhões para empréstimos a países do continente, que podem ser saldados em moeda própria.

Oportunismo

Enquanto isso, os governadores pouco fizeram para ajudar a tirar a economia da recessão. Poderiam reduzir o ICMS, principal imposto estadual – e pesado, em alguns casos chega a 30%. Apenas Roberto Requião, no Paraná, reduziu o ICMS, e de modo amplo: em 95 mil itens de consumo popular. No Mato Grosso a medida foi adotada para o gado em pé, mas só em uma pequena região, para tirar os frigoríficos do sufoco. Em Goiás, sobre o álcool. Houve algumas outras reduções isoladas, como a do ICMS sobre a indústria naval no Rio de Janeiro e sobre o feijão em São Paulo, mas não para combater a recessão, e sim como parte de uma eterna guerra fiscal entre estados. O Rio quer atrair a indústria naval de São Paulo. São Paulo quer proteger o feijão paulista do de Minas.

O governador José Serra, de São Paulo, onde está 35% da indústria do país, prometeu cortar impostos em materiais usados na produção para exportação, mas ficou só na retórica. Enquanto isso, partiu para a implantação agressiva de dezenas de pedágios novos em todas as rodovias estaduais, além do aumento de preço dos já existentes, para ampliar a arrecadação. A medida incide diretamente sobre o custo dos transportes e, portanto, dos alimentos. Já são 112 os pedágios estaduais. Na Rodovia Marechal Rondon, um trecho entre Bauru e Campinas – importante eixo de transporte de alimentos – que antes custava R$ 7,40 sai agora por R$ 18,80.

A lógica desses governadores: mais impostos para construir mais pontes, viadutos e estradas, não porque criam emprego, mas porque têm visibilidade, trazem mais votos do interior e mais apoio das empreiteiras. De olho na sucessão de Lula, acreditam que podem tirar proveito eleitoral se a recessão derrubar a popularidade do presidente.
Lula, generoso e manhoso, ainda deu uma colher de chá postergando pagamentos de dívida das prefeituras com o INSS e oferecendo aos estados um empréstimo de R$ 4 bilhões para pagar em oito anos, com um ano de carência.

Com tudo isso, a economia brasileira ainda não voltou aos níveis pré-crise. A indústria se recupera lentamente e a situação do emprego continua delicada. Todo o horizonte se modificou. O plano de construção de 1 milhão de moradias populares fortemente subsidiadas é mais uma cartada dessa radicalização. Por isso mesmo, governadores e prefeitos demos e tucanos relutam em aderir. Lula cresceu com a crise. A oposição encolheu. O país enfrenta uma encruzilhada, ou radicaliza, ou regride.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

21/05/2009
Falta conhecimento sobre quem são e o que fazem os auxiliares de juventude


Facilitar um canal de comunicação entre juventude e poder público local, garantir o acesso de jovens às informações sobre programas e projetos da Prefeitura, acolher as demandas de grupos e articulações juvenis, produzir informações que subsidiem a tomada de decisão de encaminhamento de ações mais prementes para as diferentes regiões da cidade. Não foram poucas e tampouco simples, as expectativas criadas para aqueles que ocupariam o cargo de auxiliar de juventude nas 31 Subprefeituras de São Paulo. O cargo foi criado em 2004, pela Lei 13.735, de autoria da então vereadora Tita Dias (PT) e sancionado pelo Decreto 45.889 de 2005, pelo então prefeito José Serra.

Contudo, quem quiser localizar esses auxiliares de juventude, descobrir quem são e o que fazem pode se ver diante de uma missão impossível. Uma lista com o nome deles está disponível no site da Coordenadoria Especial da Juventude, em que faltam informações sobre auxiliares de juventude das subprefeituras de Aricanduva, Butantã, Freguesia do Ó e Pinheiros. A lista também tem telefones desatualizados, sendo necessário que se recorra à telefonista para encontrar números e prefixos novos. Mas nem de longe este é o grande problema!

Entre os dias 01 e 16 de abril, foram realizadas consultas telefônicas diretamente nas subprefeituras em busca destes servidores municipais e, salvo exceções, encontrá-los se tornou uma busca do tipo “onde está Wally?”.

Em Itaquera, Mooca, Vila Prudente e Guaianases, por exemplo, os auxiliares de juventude listados no site da coordenadoria sequer eram conhecidos pelos demais funcionários das subprefeituras. Nesses casos, foi comum ouvir das telefonistas interjeições do tipo: “quem?”, “auxiliar de juventude?”, “você ligou na assistência social?”. Depois de uma peregrinação, nos dois primeiros casos o setor de recursos humanos informou que estes já não faziam parte do quadro de profissionais.

Em Vila Prudente, embora ainda fosse remunerado como auxiliar de juventude, Vander de Souza desempenhava outras funções no órgão administrativo. Em Guaianases, Marcelo Coelho Amorim estava na função até antes do período eleitoral, mas passada eleições tinha dúvidas se permaneceria como auxiliar.

Sem planos de ação: auxiliares de juventude viram ‘tarefeiros’ na Zona Leste

Se em algumas subprefeituras localizar os auxiliares de juventude é um desafio para o munícipe, em outras a ausência de clareza das funções e a falta de interlocução com a Coordenadoria de Juventude são os principais dificultadores para aqueles que se reconhecem como auxiliares, mas revelam os limites de intervenções sem planejamento e apoio.

Em São Miguel, por exemplo, Wilson Alves da Silva, 40 anos, é responsável, entre outras atividades, por acompanhar assuntos e iniciativas que dizem respeito à juventude da região. Atualmente, seu trabalho consiste em divulgar aquilo que acontece em programas e projetos e atender demandas de jovens que entram em contato com a Coordenadoria pedindo equipamento para algum evento.

Há um ano desempenhando essa função, ele avalia que faz muito pouco para atender a realidade de jovens, que identifica como pobres e carentes de iniciativas mais consistentes. "Mas as atividades voltadas para jovens na região dependem muito de recursos e das propostas da própria Coordenadoria da Juventude, que não têm uma política e nem orçamento para realizá-las”, pondera.

Outra debilidade apontada por ele é falta de experiência para desempenhar a função. “Em minha opinião, seria legal uma pessoa específica que entendesse de cultura, de trabalho, de sexualidade e da relação do jovem com a violência. Seria importante uma pessoa com uma inserção maior e que não pensasse que apenas show resolve os problemas da juventude", afirma Wilson.

No mesmo sentido, Juraci Certório da Silva, 40 anos, há oito meses como auxiliar de juventude da subprefeitura de Itaim Paulista, avalia que as dificuldades para exercer uma função criada para contribuir com o desenvolvimento e promoção de direitos de moças e rapazes se conectam, por um lado, às poucas iniciativas governamentais destinadas para a população juvenil da periferia e, por outro, pela falta de comunicação entre subprefeitura e Coordenadoria de Juventude.

O auxiliar queixa-se que, desde que está no cargo, não lhe foi apresentado um plano de ação da Prefeitura para a região. “Eles podiam oferecer um curso, uma formação para que a gente tivesse mais clareza e pudesse estar mais instruído para ocupar o cargo”, comenta. “O que se oferece para a gente é zero”. Além disso, comenta que sem políticas públicas, sem um plano, um auxiliar de juventude não consegue “tirar coelho de cartola”.

Morador da região e presidente de uma associação comunitária, Juraci conta que é indagado sobre as iniciativas governamentais por jovens da região, em que escolas técnicas e equipamentos culturais são demandas prioritárias: “mas a gente vê que o que faz a diferença, são as igrejas. Caso, contrário, você não vê nada do poder público para ajudar a juventude da periferia”, conclui.

Na zona sul não é diferente

Os auxiliares de juventude Marcelo Louverde Magella da Silva, 37, da subprefeitura de Campo Limpo, Manuela Ramos de Paula, 23, de Cidade Ademar, e Flavia Pereira Barbosa, 19, de M`Boi Mirim, assumiram o cargo, mas atuam em outros departamentos das subprefeituras em que estão vinculados: assistente social, secretaria de gabinete e técnico do Departamento de Obras, respectivamente. Em Vila Mariana a existência do cargo e o responsável por essa função são desconhecidos da equipe.

Apenas em Capela do Socorro e Santo Amaro, Vagner Riciati, 24, e Leandro Nunes Gama, 25, confirmaram seus postos de auxiliar de juventude e souberam descrever um conjunto de atividades que seriam pertinentes para melhorar a vida de moças e rapazes moradores das regiões em que trabalham. Contudo, a condição da atuação de ambos não é muito diferente da dos seus colegas da Zona Leste.

Para Vagner, no cargo há mais de três anos, a juventude da região está um pouco esquecida. “Não sei se por falta de interesse deles, porque a subprefeitura oferece serviços relacionados à cultura, esporte e lazer”. Já Leandro Nunes, que trabalha como auxiliar desde 2005, a juventude da região “precisa de muita assistência” e aponta que “um dos problemas é a gravidez na adolescência e a falta de espaço para se distrair”. Para ele, a Casa de Cultura é o local que mais poderia desenvolver trabalhos com crianças, adolescentes e jovens.

Atualmente, Vagner apóia projetos da subprefeitura relacionados à cultura, como a implantação de um Complexo Cultural na região e atividades realizadas pelo Programa São Paulo em Paz, iniciativa realizado desde 2006, por meio de um convênio firmado entre Secretaria de Participação e Parceria e o Instituto Sou da Paz. Sobre a Coordenadoria de Juventude, ambos declaram relações pontuais com o órgão para a promoção de eventos.

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