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quarta-feira, 27 de julho de 2011

morre helena greco

Partida de Helena deixa todos nós tristes e de luto
Publicado em 27-Jul-2011

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Helena Greco
Democratas, amantes da liberdade e todos os sobreviventes da resistência e do combate à ditadura estão de luto. Faleceu na manhã de hoje, aos 95 anos, dona Helena Greco, a mineira que com a calma, dedicação e paixão que lhe marcavam a vida foi uma das fundadoras dos movimentos pela anistia no Brasil.

Sua luta resultou na elaboração da lei que contemplou milhares de perseguidos, banidos e exilados pela ditadura militar. Como lembram os companheiros do Fórum Social Mineiro (FSM), em meados dos anos 70, um grupo de sete jovens mulheres buscava organizar em BH o Movimento Feminino Pela Anistia.

Em 1977, durante um ato de protesto contra a prisão de estudantes da Faculdade de Medicina da UFMG, os manifestantes foram surpreendidos pela subida no palanque de uma senhora que falou da responsabilidade de sua geração contra aquela repressão.

Nunca perdeu a capacidade de se indignar ante a injustiça

Era Helena Greco. Os estudantes e demais organizadores do ato a convidaram para participar do movimento de resistência que organizavam. A partir daquele instante, lembra o pessoal do FSM, Helena passou a ser o coração e a cara do movimento com uma marca: "enfrentava a repressão com a indignação que havia mostrado no seu discurso naquele primeiro palanque".

A partir daí sua trajetória se tornou conhecida em todo o Brasil e sua atuação foi fundamental na luta pelos direitos humanos. Combateu o bom combate, incansavelmente, contra todas as formas de opressão, do racismo a qualquer tipo de discriminação. Fundou e dirigiu o Movimento Feminino pela Anistia, em Minas, participou do Grupo Tortura Nunca Mais e, quando vereadora, criou a primeira Comissão Permanente de Direitos Humanos na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

O Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, aliás, sintetiza bem a luta dessa ativista mineira ao definir seus objetivos: “o resgate dos direitos humanos e da cidadania pela combatividade peculiar à trajetória de nossa referência política (Helena). Para nós, D. Helena é a própria personificação da dignidade da politica – luminoso exemplo de vida e de luta obrigatório nacional e internacionalmente.”

Helena Greco presente sempre

Nosso pesar nessa hora é bem sintetizado, também, nas palavras da amiga comum e ativista dos direitos humanos, Suzana Lisboa: "Dona Helena Greco se foi. Foi-se a nossa Fadinha, como eu a chamava... 95 anos de doçura e de luta. Estamos todos órfãos no sentimento."



O velório de Helena Greco será no Cemitério da Colina e o sepultamento amanhã (28.07), às 11 horas, no mesmo local. Nossa saudade, nossa força a seus familiares pela hora difícil e a adoção de uma frase que está sendo repetida pelos companheiros de luta da ativista mineira: "HELENA GRECO, PRESENTE!" Sempre.


Leia mais sobre a trajetória da ativista mineira no portal do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania.